Fotografia. Largo do Arouche, São Paulo - SP. 2017.
Trabalho realizado durante a residência artística do projeto “Multigraphias: processos colaborativos de criação” da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). A obra consiste em uma camiseta bordada que exibe as marcações dos seios naturais e "normais" da artista, desafiando os padrões de "perfeição" frequentemente utilizados por cirurgiões plásticos (imagem central). Ao evidenciar a desproporção em relação aos cálculos idealizados, essa representação busca provocar uma reflexão sobre os conceitos de beleza e normatividade, ressaltando a diversidade e a singularidade do corpo feminino, além da problemática dos altos índices de adolescentes que buscam essas intervenções, influenciadas pela "ditadura da beleza". Em 2016, segundo o censo realizado pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), foram registradas 1.472.435 cirurgias plásticas estéticas ou reparadoras no Brasil, das quais 6,6% foram realizadas em pacientes com até 18 anos, totalizando cerca de 97 mil procedimentos. Esses números colocam o Brasil na liderança em cirurgias plásticas entre jovens, levantando questões importantes sobre identidade e autopercepção em corpos ainda em transformação.